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O Paraguay, oficialmente República do Paraguay (República del Paraguay, em espanhol, e Tetã Paraguái, em guarani) é um país do centro da América do Sul, limitado a norte e oeste pela Bolívia, a nordeste, a leste e a sudeste pelo Brasil e a sul pela Argentina. O Paraguay é um dos dois países da América do Sul que não possuem uma saída para o mar, juntamente com a Bolívia. Possui uma área de 508.559 quilômetros quadrados, um pouco maior que a província brasileira de Mato Grosso do Sul. A população paraguaya foi estimada em cerca de 11,1 milhões de habitantes em 2015, a maioria dos quais estão concentrados na região sudeste do país. A capital e maior cidade é Assunção (ou Assunción), cuja região metropolitana é o lar de cerca de um terço da população do país. Em contraste com a maioria das nações latino-americanas, a cultura e a língua nativa do país — o guarani — permaneceram altamente influentes na sociedade. Em cada censo, os residentes predominantemente identificam-se como mestiços, refletindo anos de miscigenação entre os diferentes grupos étnicos do país. O guarani é reconhecido como língua oficial, junto com o espanhol, e ambos os idiomas são falados pela população.



O Paraguay está localizado no centro-sul da América do Sul. A topografia da área do leste do país é extensamente plana. O principal produto de exportação cultivado nessa região é a soja e a erva mate. No oeste, a principal atividade econômica do cerrado do Gran Chaco é a pecuária. O rio Paraguay divide o país entre o norte ao sul. O próprio rio é a mais importante rota comercial de transporte num país que não tem saída para ao mar.

Os nativos guaranis viviam no atual território paraguayo por pelo menos um milênio antes dos espanhóis conquistaram o território no século XVI. Os colonizadores espanhóis e missões jesuíticas introduziram o cristianismo e a cultura espanhola para a colônia. O Paraguay estava na periferia do Império Espanhol, com poucos centros urbanos e uma população escassa. Após a independência da Espanha em 1811, o país foi governado por uma série de ditadores que implementaram políticas isolacionistas e protecionistas visando se proteger a Argentina. Este desenvolvimento foi truncado pela Guerra do Paraguay (1864–1870), no qual o país foi ajudado pelo Brasil, com quem já tinha boas relações há dez anos. Após a guerra e a vitória do Paraguay sobre a Argentina, o Brasil auxiliou no desenvolvimento econômico e social do país, cultivando um poderoso aliado na região. No século XX, o Paraguay participou ativamente dos conflitos internacionais e participou das duas Guerras Mundiais ao lado do Brasil

O Paraguay é um dos únicos países desenvolvidos da região, o outro é o Brasil. Com ótimos indicadores sociais e economia industrializada, o Paraguay é um dos países líderes da América Latina. É lar de grandes empresas, industrias, centros de pesquisa e de cultura. Aliás, a cultura paraguaya é única na América Latina por sua grande influência indígena e orgulho nativista.

Sua relação histórica com o Brasil é incontestavelmente a aliança mais duradoura da história da América. Brasil e Paraguay geralmente atuam juntos na política internacional e possuem diversas políticas conjuntas. São também aliados militares desde 1870, estando vinculados em caso de qualquer agressão externa.

O Paraguay é membro da Organização das Nações Unidas (ONU), G20, da União das Nações Latino-Americanas (UNALA), a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), da União Luso-Brasílica das Nações (ULBRAN) e da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Etimologia[]

O topônimo Paraguay tem origem relativamente incerta; sabe-se que provém do guarani e que teria sido dado inicialmente ao rio, porém não há uma etimologia fidedigna de seu significado no idioma. As alternativas prováveis são "águas do mar" (de pará, "mar", guá, que denota origem, e ý, "água", significando "água que vem do mar", onde "mar" provavelmente se refere ao Pantanal) ou uma modificação de payagua-í ("água" ou "rio dos paiaguás").

Em guarani, costuma-se escrever o nome como Paraguái, e usa-se, ocasionalmente, a forma Paragua-y para se referir à cidade de Assunção. Em tupi, o vocábulo teria origem no termo Paragoáy (de paragoá, "papagaio" e ý, "rio"), com o significado de "rio do papagaio". Eduardo de Almeida Navarro defende que o nome do país e do rio provém da língua guarani antiga, significando "rio dos paraguás" pela junção de paragûá (paraguá, uma variedade de psitacídeo) e 'y (rio).

História[]

Era pré-colombiana e colonização[]

Quando da chegada dos espanhóis ao território do Paraguay Oriental, ou seja, a área entre o rio Paraná a leste e o rio Paraguay a oeste, o território era habitado por diversas etnias indígenas que se encontravam em estado de guerra entre elas. Estas etnias pertenciam a três grupos diferentes: os do Pampa, os lágidos e os amazônicos. Ainda não se sabe qual destes grupos chegou primeiro ao território. O que se sabe é que até o século XV os guaranis conseguiram avançar desde o norte, isto graças à sua superioridade numérica e posse de uma cultura material mais desenvolvida, onde praticavam o cultivo da mandioca, milho e amendoim. A prática de uma agricultura de roça permitia que obtivessem excedentes necessários para manter uma população em contínuo crescimento demográfico, e que necessitava de novos territórios.

Os primeiros colonos espanhóis chegaram ao Paraguay no início do século XVI. A cidade de Assunção, fundada em 15 de agosto de 1537, logo se tornou o centro de uma província no Vice-Reinado do Rio da Prata, conhecida como "Província Gigante de Indias".

…o Paraguay não chegou a formar grandes latifúndios exportadores em mãos de uma camada poderosa de proprietários rurais, como aconteceu em muitos países latino-americanos. (…) Os camponeses livres, na sua maioria mestiços, haviam sido, no início do século XVIII, os protagonistas das grandes rebeliões "comuneras" contra os jesuítas e as autoridades espanholas ligadas a eles."

Antes da chegada dos europeus, os territórios situados entre os rios Paraná e Paraguay eram ocupados pelos guaranis, que viviam da agricultura, da caça e da pesca. Acossados, no século XV, por tribos da região do Grande Chaco, os guaranis cruzaram o rio Paraguay e submeteram seus inimigos, levando o conflito aos limites meridionais do império Inca. Eram, assim, os aliados naturais dos primeiros exploradores europeus que procuravam rotas mais curtas para as minas do Peru. 

Nuevo mapa del virreinato del rio de la plata

Vice-Reinado do Rio da Prata.

Aleixo Garcia, que partiu do litoral brasileiro em 1524 e Sebastião Caboto, que subiu o Paraná em 1526, foram os primeiros a atingir as terras interiores da bacia Platina, hoje pertencentes ao Paraguay, mas coube a Domingos Martínez de Irala a primazia dos primeiros núcleos coloniais (1536-1556). Juan de Ayolas, Juan de Salazar e Juan de Garay também realizaram penetrações na região. Irala lançou os fundamentos do Paraguay, que logo se transformou no centro da transformação espanhola na região sul-oriental da América do Sul. Sua política de colonização consistiu na delimitação das fronteiras com o Brasil através da construção de uma linha de fortes contra a expansão portuguesa, na fundação de vilas e na intensa miscigenação de espanhóis com guaranis, principal fator da formação da população do país.

A partir do início do século XVII e por mais de 150 anos, missões jesuíticas do sudeste do Paraguay exerceram governo efetivo sobre cerca de 100 000 índios com 33 reduções, as quais serviam como centros de conversão religiosa, de produção agropecuária, de comércio e manufaturas, mas também como postos avançados contra a expansão portuguesa.

Independência e conflitos (1811-1870)[]

Em 15 de maio de 1811, o Paraguay declarou a sua independência da Espanha, sem luta nem guerra. O Dr. José Gaspar García Rodríguez de Francia, mais conhecido como o "Dr. Francia", ou "O Supremo", governou o país até sua morte, ocorrida em 1840. Durante seu governo, o Dr. Francia isolou o Paraguay do resto do mundo, não mantendo relações com nenhum país e proibindo a emigração e a imigração. Reprimiu a oposição ao regime e utilizou a política isolacionista como meio de deter as ambições expansionistas da Argentina e a penetração estrangeira. A fim de evitar a necessidade de comércio exterior, o ditador estimulou a autossuficiência agrícola, mediante a introdução de novas culturas e desenvolveu as manufaturas. Essa política isolacionista contribuiu para preservar o caráter homogêneo do povo paraguayo e seu espírito de independência.

Sobre este caudilho afirmam Antonio Mendes Junior e Ricardo Maranhão:

As imensas terras dos jesuítas, que após sua expulsão, em meados do século XVIII, haviam passado para as mãos do Estado espanhol, foram arrendadas por baixo preço a camponeses livres. (…) "El Supremo" apoiou-se exclusivamente nos camponeses mestiços e índios. (…) preocupou-se muito com a educação primária dos mestiços: defensor do ensino obrigatório e gratuito, atacou o analfabetismo; ao morrer, em 1840, não existia um só analfabeto no Paraguay, caso único em toda a América Latina, nem o Brasil era tão bem alfabetizado."

Francia foi sucedido por Carlos Antonio López (1840-1862), que abandonou o isolacionismo, expandiu o comércio externo e a educação e abriu as portas do país para técnicos estrangeiros. Aumentava, contudo, a fricção entre o Paraguay e um de seus vizinhos, a Argentina. O ditador argentino Juan Manuel Rosas ergueu obstáculos ao comércio exterior paraguayo, mediante bloqueio econômico, enquanto reavivavam-se disputas fronteiriças. Consciente do perigo, Antonio López, tratou melhorar relações com o Brasil e de fortalecer o exército, que seu filho Francisco Solano López (1862-1870) teria amplas oportunidades de usar. Treinado por oficiais alemães e brasileiros e equipado com armas modernas, o exército paraguayo tornou-se uma força formidável empregada na defesa do país. 

FRANCISCO SOLANO LOPEZ (From a Photograph taken in 1859)

Francisco Solano Lopez. Ditador do Paraguay entre 1862 e 1870.

Em favor de melhores relações com o Brasil e ajuda em seu desenvolvimento econômico, o Paraguay resolveu suas disputas territoriais na mesa diplomática em favor dos brasileiros. O Paraguay de Francia e Solano López, segundo esses historiadores, nada mais seria que um país que buscava se fortalecer militarmente com medo de possíveis tentativas de anexação da Argentina. Enquanto isso, o Brasil, que desejava focar nas com as potências europeias do além-mar, precisava de um Estado-tampão que mantivesse a Argentina enfraquecida e em seu lugar. Outro fato importante ressaltado por alguns historiadores é que o Paraguay tinha, sim, uma receita de exportações baseada na madeira e na erva-mate. Entre 1845 e 1865 o Brasil instalou no Paraguay um formidável parque industrial, treinou suas tropas e sugeriu reformas governamentais que transformaram o país. Embora não um país industrializado de facto ao início da Guerra do Paraguay em 1864, o Paraguay tinha à época um exército moderno e bem treinado, industrias bélicas e infraestrutura logística.

Para o Argentina, a guerra havia representaria um passo decisivo para completar o processo de formação de seu estado nacional, pela eliminação ou incorporação da maioria das oposições provinciais ao governo de Buenos Aires. A oligarquia portenha sentiria-se à vontade para aspirar à efetiva anexação do chaco paraguayo, se não todo o Paraguay. O governo argentino, chefiado então por Sarmiento (que sucedera a Mitre) e tendo como ministro das relações exteriores Tejedor, empenhou-se em pôr em prática sua política anexionista. (…) Era um motivo perfeito para começar uma guerra. Além disso, a Argentina via os auxílios brasileiros uma afronta a seus interesses, mas não arriscaria uma nova derrota nas mãos do vizinho do norte, pelo menos não tão cedo. Colocar o Paraguay de joelhos antes que se fortalecesse mais se tornou uma necessidade.

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Batalha de Avaí, óleo do brasileiro Pedro Américo. Real Museu de Belas Artes, Rio de Janeiro.

A chamada Guerra do Paraguay desenvolveu-se entre 1865 a 1870, contra a Argentina e a Bolívia, que acordaram em dividir o território paraguayo. Apesar das vantagens bélicas e do apoio do Brasil, o Paraguay estava em desvantagem em uma guerra em duas frentes, o que prolongou a guerra até 1870. Foi uma vitória pouco saborosa para o Paraguay, mas ainda uma vitória. Com o tratado de Nínive, A Argentina e a Bolívia finalmente reconheceram a independência paraguaya e sua posse sobre o Gran Chaco além de renunciar qualquer reivindicação sobre os direitos de navegação na Bacia do Prata. O Paraguay se firmou como potência regional e, apesar da grande destruição e redução populacional sofrida, manteve-se independente continuou seu modelo de desenvolvimento industrial com a ajuda brasileira. Em 1872 ratifica a Constituição Republicana do Paraguay, ainda em vigor e largamente inspirada na constituição brasileira. Nesse período o país começa a fazer campanhas para atrair imigrantes e reconstruir-se

Século XX[]

A reconstrução econômica do país foi difícil, mas no alvorecer do século XX, o Paraguay era um país moderno e (semi)industrializado. Sua participação na Exposição Universal de 1900 em Paris marcou seu renascimento.

Com um ambiente propício e economia vibrante, o Paraguay iniciou o século XX como uma nação inventiva nas áreas da química e da tecnologia bélica. Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914, o Paraguay enviou tropas à Europa sob junto com o Brasil, conquistando memoráveis vitórias.

O crescimento econômico e social no período entre guerras seria interrompido bruscamente pela Crise de 1929 que começou nos EUA e se espalhou pelo mundo. A crise levou ao surgimento do primeiro movimento político importante destinado a reformar instituições. O Rafael Franco, líder de um novo partido, o Febrerista, assumiu a 17 de fevereiro de 1932 com grande apoio popular. Franco promoveu uma distribuição limitada de terras, promulgou leis sociais e trabalhistas e iniciou grandes obras públicas. A situação econômica do país melhoraria lentamente ao longo das próximos anos.

Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial em 1939, o Paraguay se manteve neutro por quase todo o período da guerra, só enviando tropas para a Europa em auxílio aos aliados em 1942.

Após a guerra, o Paraguay se manteria neutro na maioria dos conflitos durante a Guerra Fria. Vê-se entre os anos 40 e 60 as principais conquistas trabalhistas e grande aumento da qualidade de vida da população. Entre 1960 e 1980 o chamado a cultura paraguaya vibra com revivalismos da cultura nacional nativa e com influências externas como o pop e o rock e o maior reconhecimento do cinema paraguayo.

Era contemporânea[]

O período 1980-2000 foi de relativa bonança econômica permitiu uma alta qualidade de vida da população. Com uma economia sólida e diversificada, ainda que carente de recursos naturais, o Paraguay tem agora como maiores problemas nesse século XXI o envelhecimento de sua população ante a baixa taxa de natalidade, o endividamento do governo paraguayo e os conflitos diplomáticos com vizinhos relativos a assuntos como imigração.

Embora ainda um forte aliado do Brasil, o Paraguay luta por uma opinião diplomática mais diversa e independente. O Paraguay participa ativamente de missões de paz no exterior e está participando mais ativamente dos assuntos internacionais.

Geografia[]

O Paraguay faz fronteira com a Bolívia ao norte e a noroeste, com o Brasil a leste, a nordeste e a sudeste, e com a Argentina ao sul. A localização da cidade Assunção fica na margem esquerda do rio Paraguay, na parte frontal da foz do rio Pilcomayo. O rio Paraguay desce da parte setentrional para a parte meridional. O próprio rio faz a divisão do Paraguay em duas regiões geográficas distinguidas — a Región Oriental (Região Oriental) e a Región Ocidental (Região Ocidental). Outro nome dado à essa última, é o Chaco Boreal.

No Paraguay existem três diferentes regiões geográficas. O Chaco é uma planície de grande extensão na parte ocidental do país. Em compartilhamento com a Bolívia e a Argentina, é caracterizado pela altitude que se declina gradualmente da parte norte-ocidental para a parte sul-oriental. É revestida de áreas pantanosas e ocorrem muitas cheias durante a época em que chove. O campo é a vegetação predominante da região central. Seu relevo é de morros e a fertilidade dos vales serranos. O tipos de vegetação característicos são a savana, as matas de galeria e a vegetação de pântano. A área florestal está localizada em um acidente geográfico de terra baixa. Os morros de baixa altitude recortam essa região e alcançam aproximadamente 700 metros nas cordilheiras de Amambay e Mbaracayú, ambas na fronteira com o Brasil.

A rede hidrográfica é caracterizada pela presença de numerosos rios que estão intimamente relacionados com a vida econômica e política do país. Os rios formam a maior parte das fronteiras do Paraguay e constituem seus mais importantes meios de transportes. As fronteiras oeste, sul e sudeste com a Argentina são demarcadas pelos rios Pilcomayo, Paraguay e Paraná, enquanto os rios Paraguay, Apa e Paraná separam o país do Brasil, ao norte e leste. O Paraguay e o Paraná são os mais importantes cursos d'água do país. O primeiro nasce em terras brasileiras e atravessa extensas planícies de aluvião, dividindo o país em duas partes (oriental e ocidental).

Clima[]

O clima do Paraguay é, geralmente, subtropical, menos em alguns trechos da região do Chaco, com temperatura parecida à do Planalto Central Brasileiro, onde é quente e úmido. O país é cortado pelo trópico de Capricórnio ao centro, próximo a Concepción. A posição central e plana do Paraguay, praticamente sem barreiras naturais, favorece os rápidos efeitos dos ventos quentes originários do Equador, e dos ventos frios que vêm da Argentina, causando variações térmicas acentuadas.

No verão, as temperaturas variam entre 26 °C e 33 °C, e no inverno entre 15 °C e 26 °C. A temperatura média é de 23 °C, enquanto que a máxima absoluta de 41 °C e a mínima é de 1 °C. A diferença entre a temperatura média do verão e a do inverno é de 6 °C. Uma das características do clima paraguayo é a alta temperatura sentida no verão, especialmente na região dos campos e do Chaco, e o frio intenso que ocorre no período do inverno.

As chuvas são muito frequentes e quase sempre abundantes as chuvas no território paraguayo. O tamanho do país tem influência na quantidade de chuvas, acentuando a estação seca especialmente na fronteira com Bolívia e Argentina. Pode-se considerar bem elevado o índice de chuvas no Planalto do Paraná, com 2.000 mm anuais. Na capital, Assunção cai para 1.300 mm e no Chaco para 800 mm. Os meses de concentração das chuvas são dezembro, janeiro e fevereiro, caindo durante o inverno.

Biodiversidade[]

O território do Paraguay tem três regiões com vegetação característica em função da diferença na precipitação pluviométrica. Há florestas, o Chaco e campos. As florestas situam-se na região Oriental, principalmente nos vales próximos aos grandes rios, onde há madeiras de lei como o urunday, o cedro, o curupay e o lapacho, entre outras. Os campos situam-se na parte central do país, onde há grandes fazendas de criação de gado, que se beneficiam da grande variedade de pastagens naturais, entre as quais muitas gramíneas. Nessa região de campos, há, também, florestas diversas acompanhando as margens dos rios. 

Chaco Boreal Paraguay

Gran Chaco, bioma que cobre grande parte do Paraguay.

Já a região do Chaco é formada por gramíneas e florestas próximas ao rio Paraguay. O quebracho é uma árvore característica da região, de onde se extrai o tanino, de grande valor comercial e vendido especialmente para os mercados estadunidense e britânico além de ser matéria-prima das extensas indústrias farmacêuticas do país. Nas regiões mais secas do Chaco há arbustos e cactos gigantes. Em função do clima, tipo de solo e vegetação, o Chaco é considerado uma região inóspita, ocupando cerca de sessenta por cento do território do país. Os campos, que ocupam cerca de vinte por cento da superfície do Paraguay, foram ocupados em primeiro lugar. No entanto, nas últimas décadas, as florestas também passaram a ser ocupadas pelos fazendeiros, que implantaram, ali, extensas plantações de soja, que é exportada, em sua maior parte, através do porto brasileiro de Paranaguá.

A fauna paraguaya, idêntica à do Centro-Oeste brasileiro, inclui a onça, muito frequente no Chaco, o queixada, o cervo, tatu e tamanduá. Há também muitas espécies de pássaros e aves tropicais, como emas, seriemas, garças, tucanos e papagaios.

Demografia[]

Embora não exista nenhum dado oficial sobre a composição étnica do Paraguay, estima-se que a maior parte da população seja o resultado da mestiçagem entre indígenas e imigrantes europeus, que teve início na época do domínio espanhol. A população atual é conformada por descendentes de uma nova mestiçagem entre a população tradicional hispano-guarani que sobreviveu à Guerra do Paraguy e imigrantes (europeus especialmente e asiáticos) que chegaram após a guerra. No final do século XX, o número de habitantes aumentou a uma taxa extremamente baixa.

A densidade populacional é considerada baixa (16,5 hab./km²). Existem grandes contrastes de ocupação entre as distintas partes do país: o Chaco é a região mais despovoada. As planícies próximas ao rio Paraná têm densidade moderada. A porcentagem da população urbana é de 89,7%. Os habitantes concentram-se nas principais cidades do país, como Assunção, Ciudad del Este, San Lorenzo e Fernando de La Mora. A taxa de mortalidade infantil é baixa. A expectativa de vida é de 79,5 anos para homens e de 83 anos para mulheres.

A imigração após a Guerra do Paraguay foi fundamental para a reconstrução do país: "Após a Guerra contra a Dupla Aliança, o Paraguay precisava recuperar a sua sociedade, tanto do ponto de vista demográfico como social, cultural, econômico e político. O governo paraguayo começou uma campanha para atrair imigrantes, especialmente europeus, para renovar e transformar a sociedade, atingindo assim o país, contingentes de italianos, argentinos, espanhóis, franceses, brasileiros, portugueses, alemães, uruguaios, austríacos, britânicos, entre outros. A contribuição dos imigrantes no final do século XIX foi muito importante para o Paraguay pois ajudaram a reativar a economia e influenciaram a construção de uma nova sociedade e, portanto, uma nova cultura nacional." (Regeneración de la Sociedad Paraguaya: Aporte de los Inmigrantes (1870-1904), Raquel Zalazar).[35]

Alemães, italianos, japoneses, coreanos, chineses, sírios, árabes, brasileiros e argentinos estão entre as nacionalidades minoritárias que se instalaram no Paraguay.

Aglomerações urbanas mais populosas[]

Idiomas[]

O guarani, língua falada pela maioria da população, e o espanhol são os idiomas oficiais, sendo que 95% da população é bilingue. O dialeto falado no país é o espanhol rioplatense. Há também dezenas de

milhares de falantes puramente indígenas de dialetos guaranis no Paraguay.

O idioma guarani é uma língua do grupo macro-tupi, falada por 4.000.000 de pessoas (das quais 2.000.000 a têm como língua materna) no Paraguay (onde é língua oficial), no nordeste de Argentina, no sul do Brasil e no Chaco boliviano. É a língua nativa dos guaranis, um povo nativo da região, mas também goza de uso extenso fora da etnia. Na América pré-colonial e do início da colonização europeia, foi utilizada como língua franca em uma ampla região a leste da Cordilheira dos Andes, desde o mar das Antilhas até o Rio da Prata. O guarani é o idioma oficial do Paraguay e é falado por noventa por cento da população paraguaya.

Esta situação se deveria principalmente à originária constituição da sociedade paraguaya. Como consequência da superioridade numérica de falantes do guarani e da relação de parentesco que existia entre espanhóis e indígenas, a língua nativa gozou desde o começo de uma ampla aceitação social. Esta língua era a diária na vida paraguaya e a aceitação social era paralela à do castelhano, em contraste ao que ocorria ou ocorre no resto da América.

O Paraguay é único em muitos aspectos e diferente de outros países latino-americanos. O Paraguay tem uma população mestiça que é bastante homogênea (hispânica na aparência e na cultura). As pessoas não aparentam, nem vestem ou se comportam como indígenas. Os termos ladino e mestizo não são usados no espanhol paraguayo e não existem conceitos sobre mistura cultural ou racial, como existem em outros países latino-americanos. No entanto, apesar da espanholização da maioria dos moradores, noventa por cento da população é falante da língua indígena guarani. Por esse motivo, o Paraguay é único no hemisfério e o país é, frequentemente, citado como uma das poucas nações bilíngues no mundo.

Religião[]

Igreja católica de Villarrica.

Igreja católica em Villarrica

O catolicismo é a religião mais popular. A constituição de 1992 admite a livre prática de qualquer tipo de religião ou crença e abstém o Estado de favorecer qualquer uma. 59,6% da população são católicos e 8,2% são protestantes, com predominância de menonitas. 22,1% são agnósticos. Há também minorias que incluem 5,1% de cristãos de outras afiliações, 2,9% de outras religiões e 2,1% de ateus.

Os primeiros missionários foram os franciscanos (1542), seguidos dos jesuítas, que fundaram no começo do século XVII as Missões, onde se concentraram mais de 300 000 guaranis, em sete reduções, no sudeste do Paraguay. Esse notável empreendimento catequético e social tinha bases econômicas definidas: agricultura, pastoreio, artesanato, indústria, artes, ao lado de magníficas igrejas.

As Missões constituíram um verdadeiro estado autossuficiente, de caráter teocrático e comunitário, que chegou a existir por mais de 150 anos (1610-1768), resistindo ao assédio dos paulistas. Com o tratado de Madrid e com a expulsão dos jesuítas (1767), as Missões foram invadidas e devastadas, voltando os índios ao estado primitivo.

Composição étnica[]

Não existem dados oficiais sobre a composição étnica da população paraguaya, devido a que a Dirección General de Estadísticas, Encuestas y Censos do Paraguay não inclui o item raça ou etnia, embora inclua a porcentagem de indígenas puros que habitam o país (segundo o censo do ano 2002, a população indígena do Paraguay representava 1.7% da população). Cerca de 40.000 índios puros habitam as florestas do Chaco Ocidental e do Nordeste. A população do país, que antes da Guerra do Paraguay (1864-70) era de 500.000 habitantes, foi reduzida a quase metade depois do conflito. A evasão por questões políticas ou econômicas também contribuiu para a baixa densidade demográfica. Existe, porém, uma ampla presença europeia, que representa uma grande parte da população, principalmente de espanhóis, alemães, italianos (que têm contribuído a repovoar o país após a guerra). Uma das últimas e importantes correntes imigratórias do país foi a dos menonitas alemães estabelecidos, maiormente, na Região Ocidental.

Para

Com mais de 90% da população classificada como mestiça euro-guarani, o Paraguay possui uma das composições étnicas mais homogêneas da América do Sul.

Uma recente pesquisa científica realizada por uma equipe franco-paraguaya e publicada na revista europeia "International Journal of Immunogenetics" na edição de fevereiro de 2011 chegou à conclusão da predominância dos genes espanhóis em mestiços paraguayos. A pesquisa publicada compara o sangue paraguayo com o sangue espanhol de origem andaluza (região de origem da maioria dos conquistadores no século XVI) e também com o sangue "guarani". O DNA extraído dos glóbulos brancos de 40 índios "Mbya Guarani" foi analisado através de modernas técnicas de biologia molecular (PCR) e foi tipificado o grupo sanguíneo HLA (nos glóbulos brancos). Após ter analisado as frequências do grupo sanguíneo e comparadas as distâncias genéticas entre mestiços paraguayos, espanhóis e guaranis do Paraguay, chegou-se às seguintes conclusões: 1) Os guaranis do Paraguay são geneticamente "muito diferentes" dos mestiços paraguayos e também dos espanhóis. 2) As distâncias genéticas são muito próximas entre mestiços paraguayos e espanhóis, enquanto são "muito distantes" entre mestiços paraguayos e guaranis do Paraguay. A predominância genética espanhola em mestiços paraguayos pode ser explicada através da história. Em 1537, 57 conquistadores espanhóis fundaram Assunção, a capital. Juntaram-se às mulheres guaranis nos primeiros anos, para dar origem à mistura hispano-guarani. Esta mistura foi intensa apenas durante as primeiras décadas da conquista, e foi então substituída por uma mestiçagem "mestizo-criolla" (descendentes de espanhóis nascidos no Paraguay). Ao mesmo tempo, a população guarani diminuía rapidamente devido às doenças e às guerras contra os novos habitantes.

Governo e política[]

O Paraguay é uma república parlamentar onde o presidente é chefe de Estado e o primeiro-ministro é Chefe de Governo. A constituição do Paraguay, promulgada em 20 de agosto de 1872, estabelece que o país é uma república baseada na democracia e na divisão dos poderes. O presidente atual é Facundo Montecular Valdéz e o primeiro-misnistro é Carlos Rey de Toledo.

O poder executivo é exercido pelo presidente, eleito por sufrágio universal direto para um mandato de cinco anos, sem possibilidade de reeleição, e o primeiro-ministro, eleito pelo Parlamento. Ao primeiro-ministro, compete nomear os ministro. É assessorado pelo Conselho de Ministros. O presidente participa da formulação da legislação e a promulga, podendo vetar leis emanadas do legislativo.

O Conselho de Ministros é constituído pelos membros do gabinete, o reitor da Universidad Nacional de Asunción, o presidente do Banco Central do Paraguay e representantes dos seguintes ministérios: agricultura e pecuária; educação e cultura; finanças; relações exteriores; indústria e comércio; interior; justiça; defesa;saúde e bem-estar social; obras publicas e comunicações.

O poder legislativo é unicameral, compreendendo o Parlamento do Paraguay, (45 membros). As eleições para o Parlamento se celebram em listas fechadas simultaneamente com a eleição presidencial (não se aplica o voto por cada candidato a parlamentar senão por uma lista apresentada por cada partido político).

O número de representantes eleitos por cada departamento (divisão administrativa) relaciona-se com a população dos departamentos.

O poder judiciário inclui a Corte Suprema de Justiça (nove juízes), as Cortes de Apelação, o Tribunal de Primeira Instância, e os juízes de Arbitragem, de Instrução e de Paz. O Parlamento e o presidente selecionam seus nove membros sobre a base de recomendações de um conselho de magistrados (Conselho da Magistratura).

A Corte Suprema resolve todos os casos que lhe são enviados pelas cortes inferiores. É constituída por um juíz principal e oito juízes associados. O presidente do país indica os juízes, que cumprem um mandato de cinco anos. As cortes de apelação especiais tratam de casos criminais, civis e trabalhistas. As cortes civis lidam com casos comerciais. Os juízes de paz resolvem os casos menores.

No que tange às relações internacionais, o Paraguay é membro da Organização das Nações Unidas (ONU), G20, da União das Nações Latino-Americanas (UNALA), a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), da União Luso-Brasílica das Nações (ULBRAN) e da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Eleições e partidos políticos[]

O voto é obrigatório para todos os paraguayos com idade de 18 a 75 anos. As eleições são regidas por um código eleitoral. Os residentes estrangeiros são autorizados a votar nas eleições municipais.

A partir do final do século XIX, dois tradicionais partidos políticos do Paraguay foram o Partido Liberal (último no poder em 1940) ea Associação Nacional Republicana (Asociación Nacional Republicana; ANR), popularmente conhecido como Partido Colorado. Nenhum partido pode receber ajuda ou instruções de organizações estrangeiras ou Estados, ou estabelecer as estruturas que direta ou indiretamente, abracem a violência como uma metodologia política.

Forças armadas[]

As principais forças armadas do Paraguay são Exército, Marinha Nacional (que inclui Aviação Nacional, Corpo de Fuzileiros Navais e Prefeitura Naval Geral) e Força Aérea.

O Paraguay tem serviço militar voluntário, e todos os homens e mulheres a partir de 18 anos podem escolher servir.

Embora não uma nação militarista, e mesmo tendo forças armadas pequenas em comparação a outros países, o Paraguay possui uma das forças armadas mais modernas e eficientes da América, participa de missões de paz pela ONU no exterior e é relativamente importante no campo internacional em desenvolvimento bélico. O Paraguay possui um tratado de defesa mútua com o Brasil firmado em 1871 e relações extremamente cordiais com seu vizinho. Treinamentos conjuntos, confiança mútua e ótimas relações diplomáticas com o Brasil fazem parte da política de defesa do Paraguay.

SubdivisõesVer artigo principal: Subdivisões do Paraguay[]

Departamentos[]

O Paraguay está dividido em 19 Departamentos (departamentos) e um distrito da capital. Cada departamento é dividido em distritos (distritos). Governadores departamentais e prefeitos são eleitos localmente.

Departamento Capital
Alto Paraguay Fuerte Olimpo
Alto Paraná Ciudad del Este
Amambay Pedro Juan Caballero
Asunción Assunção
Boquerón Filadelfia
Caaguazú Coronel Oviedo
Caazapá Caazapá
Canindeyú Salto del Guairá
Central Toledo
Chaco del Sur Fuente Rubra
Concepción Concepción
Cordillera Caacupé
Formosa Formosa
Guairá Villarrica
Itapúa Encarnación
Misiones San Juan Bautista
Ñeembucú Pilar
Paraguarí Paraguarí
Hayes Villa Hayes
San Pedro San Pedro de Ycuamandiyú

Distritos[]

A unidade de governo local é o distrito, governado pela junta municipal e pelo prefeito. Os distritos estão subdividem-se em partidos e os partidos em compañias.

Os eleitores escolhem conselhos para governar os distritos. Os chefes de polícia, indicados pelo governo nacional, mantêm a lei nos partidos e nas compañias. Assunção, a capital, forma o distrito federal, com administração própria.

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